Semanalmente o material é recolhido e pesado pela Associação responsável pelo trabalho
Crateús. Depois de conseguir implantar o sistema de
coleta seletiva nos bairros da cidade e iniciar nos distritos rurais, a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) leva o serviço para as
escolas municipais. O projeto Leve (Local de Entrega Voluntária Escolar)
iniciou em fevereiro com quatro escolas, e com um mês já chega a 20
unidades escolares.
Semanalmente o material (pet e papel) é recolhido nas escolas e
devidamente pesado pela Associação responsável pelo trabalho. A unidade
escolar recebe um reembolso de 20% do valor de mercado dos produtos,
como forma de incentivo pela preservação ambiental.
A iniciativa é fruto de uma parceria com o Instituto Brasil Solidário
(IBS), que se soma com o Programa de Coleta Seletiva do município de
Crateús, executado desde 2012 pela Semam e Associação de Catadores de
Crateús (Recicratiú).
Funcionamento
O Leve funciona com ecopontos para arrecadação de lixo reciclável
espalhados pelas escolas participantes do programa. Os catadores passam
pelas instituições para coletar materiais, em princípio Pet e papel,
todas as semanas.
"Trimestralmente, 20% do valor adquirido (e devidamente pesado) será
repassado pela própria cooperativa de catadores Recicratiú, através de
bens previamente definidos pela escola e entregue às crianças", explica
Márcia Andrade, coordenadora do projeto na região.
Trata-se de uma proposta de inclusão social inovadora. Para o
secretário municipal, Wanderley Marques, o trabalho gera impacto direto
nas comunidades onde estão situadas as escolas e será estendido para
outros municípios da região.
"A nossa meta é chegar a uma estimativa de 30 escolas em Crateús. Isso
mobilizaria diretamente mais de 5 mil estudantes para a educação
ambiental e gestão adequada dos resíduos sólidos, o que gera um impacto
direto nas comunidades e famílias. Esta mesma proposta será multiplicada
nos municípios vizinhos como Ipaporanga, Novo Oriente e Independência
com previsão de início já em abril deste ano", revela Marques.
Frentes de atuação
De acordo com a Semam, o projeto Leve faz parte do programa Amigos do
Planeta na Escola (APE), parceria entre o Instituto com a Casas Bahia e a
Palmeirinha Ação Social.
O programa utiliza várias ferramentas educacionais trabalhando com seis
frentes: incentivo à Leitura, educomunicação, arte e cultura, educação
ambiental, saúde e empreendedorismo.
As múltiplas ações desta iniciativa vão desde a criação de bibliotecas
(com doação de acervo, computadores e cursos de gestão), acesso e
orientação ao uso da internet, mediação de leitura e atividades
lúdico-literárias, na área de incentivo à leitura; até a arborização,
construção de hortas, projetos de coleta seletiva e reciclagem e,
especialmente, na área ambiental.
São realizadas, ainda, oficinas voltadas à arte-educação incluindo
pintura, desenho, gravura, estamparia, assim como montagem de rádio
escolar, jornal, oficinas de fotografia, vídeo, blog, formação musical e
oficinas de música, sempre com palestras e workshops completos, além de
atendimentos médicos e odontológicos.
O Instituto Brasil Solidário (IBS) atua em escolas do município de
Crateús desde 2002, quando projetos educacionais, como seminários de
abrangência municipal e oficinas de meio ambiente, saúde, comunicação e
artes, foram implementadas pelos profissionais do Instituto.
Diversidade
Depois foi criada a Secretaria de Meio Ambiente, que apostou no
aprofundamento dos trabalhos de sustentabilidade, como coleta seletiva,
horta e centro de triagem de materiais recicláveis.
Implantou o Programa de Coleta Seletiva em 2012 e ano passado o
município de Crateús ganhou o reconhecimento nacional, ao receber o
Prêmio Pró-Catador, junto com mais três municípios brasileiros. Essa
ligação forte do Amigos do Planeta na Escola (APE)com o município
facilitou muito o trabalho.
Há dez anos atua junto às escolas municipais, com ações ambientais e
culturais. Mais de 15 mil pessoas, entre alunos, educadores e
comunidade, já foram beneficiadas pela entidade em Crateús. Conforme a
Semam, a proposta deverá ser ampliada.
Prevê ainda que ônibus escolares façam a "logística reversa" dos
materiais coletados, principalmente em distritos do interior e da zona
rural, aonde mesmo a coleta de lixo convencional não chega.
Quando essa ideia vai chegar aqui em Nova Russas?
Fonte: Silvânia Claudino (Diário do Nordeste)
Repórter